segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Rainha do Egito

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Cleópatra VII Thea Filopator foi a última rainha da dinastia de Ptolomeu, após a conquista do Egito pelo rei Alexandre III da Macedônia.
Uma das mulheres mais conhecidas da história, além de uma líder política sem igual, passou a ser reconhecida apenas como Cleópatra, sendo suas antecessoras, de certa forma, ignoradas pela história, tamanha foi a importância desta.
Erroneamente, costuma ser tratada como uma mulher fatal e de rara beleza, usando seus atributos físicos para conquistar suas ambições. Porém, Cleópatra, antes de tudo, foi uma mulher com um grande desenvolvimento espiritual, ambiciosa, determinada e muito inteligente, tendo como inspiração Alexandre, o Grande, conquistador do maior império da história.
Aos 18 anos, perdeu seu pai, Ptolomeu XII, sendo escolhida como esposa de seu irmão, Ptolomeu XIV, de apenas 9 anos. Sendo assim, Cleópatra, que figurativamente, haveria assumido o governo como co-regente, tornou-se a verdadeira governante.
A jovem rainha possuia objetivos definidos para seu reinado: garantir a riqueza e independência do Egito, além de restaurar a glória dos faraós. Mas mais do que isso, ela estava determinada a conquistar um grande Império, assim como o de Alexandre e estava disposta a tudo por isso.
Um dos acontecimentos que mais feriram a rainha, foi o incêndio que destruiu a biblioteca de Alexandria, sua cidade natal, revelando acima de tudo o quanto considerava indispensável o patrimônio intelectual.
O Egito, sendo uma das nações mais ricas do Mediterrâneo, dispertava muitos interesses, principalmente sobre os romanos, que consideravam-no como um tesouro a ser conquistado. Ela, que já presenciara muitas vezes o próprio pai pagando subornos à Roma para manter-se no poder, sabia exatamente o quanto a sua influência sobre Roma era importante para seus planos.
Júlio César, poderoso general romano, ao conhecê-la de perto e, com ela, a cultura de seu país, ficou fascinado, principalmente pela idéia de imortalidade, presente na cultura e religião egípicia, considerando que já estava envelhecendo. Cleópatra era considerada uma Deusa e seu acompanhante não ficou para trás.
Cleópatra, grávida de um filho de César, punha definitivamente um fim na democracia do senado romano. Cesário, seu filho, governaria um grande Império, como o de Alexandre, a grande obsessão da vida da rainha do Egito.
Apesar de tudo, devemos considerar que realmente havia amor entre o casal e que sua união, apesar de tudo, não baseou-se (ao menos totalmente) no interesse político-econômico. Cleópatra amava César, não Roma. E a humilhação pela qual sua irmã Arsenob passou nas mãos do exército romano, uma diplomata derrotada, marcaria a vida da jovem rainha para sempre. César também não ficou para trás com suas demonstrações de amor pela rainha, construindo até mesmo um templo com uma estátua de sua amada e um belo jardim em Roma. Porém, a idéia de eliminar a república romana não agradou nenhum pouco o senado., resultando no cruel assassinato de César por seus inimigos políticos.
Marco Antônio, aliado do casal e general de César, expôs ao senado romano que Cesário era o herdeiro legítimo de César. Porém, Otaviano, sobrinho de César, reclamou tal legitimidade.
Marco Antônio precisava das riquezas do Egito para vencer seu principal inimigo, Otaviano e conquistar Roma, enquanto Cleópatra precisava dele para dar continuidade em seu plano de entregar um grande império a seu filho, Cesário. Em Alexandria, Cleópatra já voltou amante de Marco Antônio e grávida de gêmeos. O general partiu para uma batalha e deixou a rainha no Egito. Algum tempo depois, uma carta de Marco Antonio revelava que ele estava com outra mulher e tinha abandonado a rainha. Mas sua determinação política venceu seus ressentimentos, considerando que ela e Marco Antônio aliaram-se novamente.
Porém, esse romance custou alto, já que Roma não aceitava, ainda mais após perder territórios para a rainha egípicia. Marco Antônio acaba derrotado por seu inimigo, Otaviano e morreu por sua própria espada, seguindo a cultura romana, nos braços de sua amada. A rainha fora aprisionada por Otaviano, Seu filho Cesário assassinado pelo mesmo e os gêmeos, perdidos na história. Inteligente e orgulhosa, para não servir de troféu de guerra ao inimigo romano, ela suicida-se com a picada de uma pequena cobra venenosa, fazendo com que Otaviano exibisse como troféu apenas um retrato da rainha, que ficará para sempre na história como a rainha do Egito.

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